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O Nascimento do Samba
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país. |
O samba é um
gênero
musical, do qual deriva um tipo de
dança,
de raízes
africanas (
Angola), da
mistura de ritmos africanos. Surgido no
Brasil no
século 19 é considerado uma das principais manifestações culturais populares
brasileiras. Seu berço é no estado da Bahia, (no
Recôncavo Baiano: é a
região geográfica
localizada em torno da
Baía de Todos-os-Santos, abrangendo não só
o
litoral mas
também toda a região do interior circundante à Baía incluindo sua Capital,
Salvador).
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Baía de Todos os Santos |
A Baía de Todos os Santos, considerada como área núcleo da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, é a maior Baía do Brasil com 1.100 km2 de
extensão.
“SAMBA-DE-RODA”
Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba
brasileiro que surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e foi uma
das bases para o samba carioca.
O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna
cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir
o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições
africanas. Apesar de existir em várias partes do país, especialmente nos
Estados da
Bahia, do
Maranhão,
de
Minas Gerais e
de
São Paulo -
sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram
do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical
urbana do
Rio de Janeiro, onde esse formato de samba
nasceu e se desenvolveu entre o final do
século XIX e
as primeiras décadas do
século XX.
No Rio de Janeiro que ele criou raízes e se desenvolveu, mesmo sendo
perseguido. Durante a década de 1920, por exemplo, quem fosse pego dançando ou
cantando samba corria um grande risco de ir batucar atrás das grades. Isso
porque o samba era ligado à cultura negra, que era malvista na época. Só mais
tarde é que ele passou a ser encarado como um símbolo nacional, principalmente
no início dos anos 40, durante o governo de Getúlio Vargas. Nessa música
brasileiríssima, a harmonia é feita pelos instrumentos de corda, como o
cavaquinho e o violão. Já o ritmo é dado, por exemplo, pelo surdo ou pelo
pandeiro. Com o passar do tempo, outros instrumentos, como flauta, piano e
saxofone, também foram incorporados, dando origem a novos estilos de
samba, a dança praticada pelos escravos
libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na
cidade (como a
polca,
o
maxixe,
o
lundu,
o
xote,
entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular. Desta forma, ainda
que existissem diversas formas regionais de samba em outras partes do país,
samba carioca
urbano saiu
da categoria
local para
ser alçado à condição de símbolo da
identidade nacional brasileira durante a
década de
1930
"À medida que o
samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado.
É isso que faz dele um dos ritmos mais ricos do mundo"
No ano de 2005 ganhou registro da Unesco como patrimônio da
humanidade.
Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba
mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e
de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras
simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste
estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos
culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de
uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque,
berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras
falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma
amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com
influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de
trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.
Da Roda ao Pagode
Por volta dos
anos 30, diferentes estilos de samba surgiram no Rio de Janeiro
Samba de Roda
Muito parecido com
a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na Unesco
como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por volta de
1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda, como a
dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre
acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm
versos sobre o mar e as tradições africanas.
Samba de Breque
Um dos primeiros
estilos nascidos no Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade.
No meio do samba rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase
ou contava uma história. O ritmo é mais picadinho - ou "sincopado", como dizem os músicos, mas a marca registrada é mesmo a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". O cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Sua principal característica do estilo é a pausa no acompanhamento acentuadamente sincopado para uma intervenção declamatória do intérprete. Um dos mestres foi Moreira da Silva..
Quase sempre conta uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à
história de um gago que se apaixonou...
Partido Alto
Na década de 1930,
o partido-alto se popularizou nos morros cariocas. Entre um refrão e outro, os
músicos criavam versos na hora, quase como repentistas. As antigas festas de
partido-alto chegavam a durar dias! A partir dos anos 70, Martinho da Vila
virou um músico marcante do estilo. A principal característica é a
improvisação. O partido-alto se mantém, principalmente, pelo jogo de palavras
encaixadas no momento certo. O estilo trata de temas do cotidiano, e sempre com
o maior bom humor.
Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas
feitos para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. Diferentemente do frevo e
do samba - de caráter popular , as marchinhas de carnaval surgiram como ritmo
executado prioritariamente nos salões cariocas do final do século 19. Elas
tiveram sua ascensão ao mesmo tempo em que a classe média aumentou sua
participação nos carnavais de rua. A primeira música composta especificamente
para um bloco de carnaval foi "Ó abre alas", de Chiquinha Gonzaga, de
1899 e outros exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do
Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre
outras. O reinado das marchinhas durou 4 décadas: de 1920 a 1960, elas
embalavam o carnaval brasileiro. A partir dessa década, os sambas-enredo
tornaram-se a principal referência dos dias de folia.
Samba-Enredo
Na década de 1930,
quando surgiram os primeiros desfiles de escolas de samba no Carnaval do Rio,
nasceu o samba-enredo. No início, os músicos improvisavam dois sambas
diferentes: um para a ida e outro para a volta na avenida onde as escolas
desfilavam. Com o passar dos anos, o samba-enredo ganhou uma batida mais
acelerada que outros sambas - o que ajuda as escolas a desfilarem no tempo
previsto. A partir dos anos 80 a coisa mudou, mas, até então, samba-enredo só
abordava a história oficial do Brasil. Nos dias de hoje o tema está ligado ao
assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue
temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia
utilizada no desfile da escola de samba.
Samba-canção
Outra cria dos
botecos cariocas, o samba-canção apareceu na virada dos anos 30, na verdade
ainda no final da década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e
românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.. Logo ficou famoso como
"samba de fossa", perfeito para ouvir após um pé na bunda... Cartola
e Noel Rosa fizeram grandes músicas do estilo. A batida mais lenta e cadenciada
do samba-canção lembra bastante o bolero, outro ritmo musical que fazia sucesso
nos anos 40. Em geral, as canções falam de desilusão amorosa - de amores não
correspondidos às piores traições!
Samba-exaltação
Com letras patrióticas e
ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento
de orquestra.
Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco
Alves.
Samba de Gafieira
Foi criado na década de
1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte
instrumental, é muito usado nas danças de salão. Um dos principais
aspectos observados no estilo “samba de gafieira” é a atitude
do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a
situações surpresa, elegância e ritmo. Na hora da dança, o homem conduz a sua
dama, e nunca o contrário.
Bossa Nova
Cansados da fossa
do samba-canção, alguns compositores decidiram fazer músicas sobre temas mais
leves no final dos anos 50. Nascia a bossa nova. Mestres como Tom Jobim e João
Gilberto faziam um samba bem diferente, com grande influência do jazz. Com
construções musicais mais "complexas", a bossa nova tem o chamado
"violão gago", tocado num ritmo diferente do da voz e dos outros
instrumentos. O assunto preferido eram as belezas da vida, da praia às
mulheres, é claro!
Sambalanço
Samba de Balanço surgiu no
início da década de 1960 em boates de São Paulo e
do Rio de Janeiro. É considerado um
sub-produto da Bossa Nova, um estilo intermediário entre o samba
tradicional e a Bossa Nova, é caracterizado pelo deslocamento da
acentuação rítmica e recebeu uma grande influência do Jazz que mistura também
elementos de outros estilos. Foi muito difundido nos bailes suburbanos nas
décadas de 60 a 80. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge
Ben Jor.
Pagode
O pagode que hoje
faz sucesso pintou como estilo de samba na década de 1980, no Rio, com cantores
como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Nos anos 90, em São Paulo, ficou mais
"comercial" - com direito até a coreografia dos músicos - e explodiu
nas rádios. O pagode dos anos 80 era muito influenciado pelo partido-alto. Já
na década seguinte passou a ter uma pegada mais lenta e romântica. Nos anos 80,
o principal era a vida na comunidade; nos 90, as letras românticas.
Instrumentos
Além de batuques na
palma das mãos, os escravos batiam um garfo num prato, obtendo um som semelhante
ao do reco-reco - instrumento que dá força ao samba.
FLAUTA
O samba de breque
foi o primeiro estilo a incorporar a flauta como instrumento de samba. Ela
ajuda a deixar o ritmo mais orquestrado.
SURDO
O surdo entrou de
vez na roda com o partido-alto. Tocado com a mão ou com a baqueta, ele define a
pulsação da música. É o "coração do samba".
CUÍCA
Com o som de uma
"voz grunhindo", foi uma das novidades das baterias das escolas. A
função da cuíca é mais complementar, dando um tempero extra ao samba.
PANDEIRO
Desde a origem do
samba o pandeiro estava presente, mas no samba-canção ele ganhou mais
importância, marcando o ritmo da música no lugar do surdo.
VIOLÃO
O símbolo da bossa
nova foi mesmo o violão -além do banquinho... Usado em quase todos os estilos
de samba, é um dos responsáveis pela melodia e harmonia da música.
TECLADO
Nos hits mais
modernos, entraram na dança instrumentos eletrônicos, como teclados e
sintetizadores - para desgosto dos sambistas mais tradicionais...
TANTÃ
Mais fino que o
surdo, também marca o ritmo. Em geral, é tocado com a palma das mãos, sem que
os dedos encostem na membrana.
TAMBORIM
Tocado com uma
vareta de bambu, não marca necessariamente o ritmo do samba, mas traz um som
agudo para o batuque.
CAVAQUINHO
Tem papel
semelhante ao do tamborim: deixa o som mais agudo. Mas faz isso na melodia do samba e não na batida rítmica.
CHOCALHO
é o nome genérico para vários instrumentos musicais, mais
precisamente
idiofones de agitamento, que consistem num recipiente oco que
contém pequenos objetos no seu interior. Entre os instrumentos que se podem
considerar como chocalhos, temos o chocalho propriamente dito, as
maracas, o
ganzá, o
caxixi, o xique-xique etc. . O som é produzido agitando o
instrumento, de modo que os objectos no seu interior se choquem com as paredes
internas. É muito usado no
samba e na
bossa nova e em
festas populares brasileiras, como o
carnaval brasileiro. A partir da
década de 1950, começou a ser muito difundido em conjuntos musicais.
ATABAQUE
BERIMBAU
Este instrumento foi trazido pelos escravos angolanos para o
Brasil, onde é utilizado para acompanhar uma dança/luta acrobática
chamada
capoeira, é um
instrumento de
corda de origem
angolana[1], também conhecido como berimbau de peito em
Portugal ou como hungu em
Angola[1] e em grande parte do continente
africano e no Brasil urucungo, urucurgo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, ricungo, berimbau metalizado, gobo, marimbau, bucumbumba,bucumbunga, gunga, macungo, matungo, mutungo, aricongo, arco musical e rucumbo.
2 de Dezembro dia Nacional do Samba