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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Samba, como, quando e onde surgiu?

O Nascimento do Samba

As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
                                                                               
O samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança, de raízes africanas (Angola), da mistura de ritmos africanos. Surgido no Brasil no século 19 é considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Seu berço é no estado da Bahia, (no Recôncavo Baiano:  é a região geográfica localizada em torno da Baía de Todos-os-Santos, abrangendo não só o litoral mas também toda a região do interior circundante à Baía incluindo sua Capital, Salvador).
Baía de Todos os Santos
A Baía de Todos os Santos, considerada como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, é a maior Baía do Brasil com 1.100 km2 de extensão.


 “SAMBA-DE-RODA”

Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro que surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e foi uma das bases para o samba carioca.
 Na segunda metade do século XIX foi  para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e se instalaram na então capital do Império.
O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições africanas. Apesar de existir em várias partes do país, especialmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo - sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. No Rio de Janeiro que ele criou raízes e se desenvolveu, mesmo sendo perseguido. Durante a década de 1920, por exemplo, quem fosse pego dançando ou cantando samba corria um grande risco de ir batucar atrás das grades. Isso porque o samba era ligado à cultura negra, que era malvista na época. Só mais tarde é que ele passou a ser encarado como um símbolo nacional, principalmente no início dos anos 40, durante o governo de Getúlio Vargas. Nessa música brasileiríssima, a harmonia é feita pelos instrumentos de corda, como o cavaquinho e o violão. Já o ritmo é dado, por exemplo, pelo surdo ou pelo pandeiro. Com o passar do tempo, outros instrumentos, como flauta, piano e saxofone, também foram incorporados, dando origem a novos estilos de samba,  a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular. Desta forma, ainda que existissem diversas formas regionais de samba em outras partes do país, samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira durante a década de 1930

 "À medida que o samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado. É isso que faz dele um dos ritmos mais ricos do mundo"

No ano de 2005 ganhou registro da Unesco como patrimônio da humanidade.

Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo

Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.

Da Roda ao Pagode

Por volta dos anos 30, diferentes estilos de samba surgiram no Rio de Janeiro

Samba de Roda 

Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na Unesco como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições africanas.

Samba de Breque

Um dos primeiros estilos nascidos no Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase ou contava uma história. O ritmo é mais picadinho - ou "sincopado", como dizem os músicos, mas a marca registrada é mesmo a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". O cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Sua principal característica do estilo é a pausa no acompanhamento acentuadamente sincopado para uma intervenção declamatória do intérprete. Um dos mestres foi Moreira da Silva.. Quase sempre conta uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à história de um gago que se apaixonou...





Partido Alto

Na década de 1930, o partido-alto se popularizou nos morros cariocas. Entre um refrão e outro, os músicos criavam versos na hora, quase como repentistas. As antigas festas de partido-alto chegavam a durar dias! A partir dos anos 70, Martinho da Vila virou um músico marcante do estilo. A principal característica é a improvisação. O partido-alto se mantém, principalmente, pelo jogo de palavras encaixadas no momento certo. O estilo trata de temas do cotidiano, e sempre com o maior bom humor.


                                             



Samba carnavalesco

Marchinhas e Sambas feitos para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. Diferentemente do frevo e do samba - de caráter popular , as marchinhas de carnaval surgiram como ritmo executado prioritariamente nos salões cariocas do final do século 19. Elas tiveram sua ascensão ao mesmo tempo em que a classe média aumentou sua participação nos carnavais de rua. A primeira música composta especificamente para um bloco de carnaval foi "Ó abre alas", de Chiquinha Gonzaga, de 1899 e outros exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras. O reinado das marchinhas durou 4 décadas: de 1920 a 1960, elas embalavam o carnaval brasileiro. A partir dessa década, os sambas-enredo tornaram-se a principal referência dos dias de folia.




Samba-Enredo



Na década de 1930, quando surgiram os primeiros desfiles de escolas de samba no Carnaval do Rio, nasceu o samba-enredo. No início, os músicos improvisavam dois sambas diferentes: um para a ida e outro para a volta na avenida onde as escolas desfilavam. Com o passar dos anos, o samba-enredo ganhou uma batida mais acelerada que outros sambas - o que ajuda as escolas a desfilarem no tempo previsto. A partir dos anos 80 a coisa mudou, mas, até então, samba-enredo só abordava a história oficial do Brasil. Nos dias de hoje o tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.



Samba-canção

Outra cria dos botecos cariocas, o samba-canção apareceu na virada dos anos 30, na verdade ainda no final da década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.. Logo ficou famoso como "samba de fossa", perfeito para ouvir após um pé na bunda... Cartola e Noel Rosa fizeram grandes músicas do estilo. A batida mais lenta e cadenciada do samba-canção lembra bastante o bolero, outro ritmo musical que fazia sucesso nos anos 40. Em geral, as canções falam de desilusão amorosa - de amores não correspondidos às piores traições!





Samba-exaltação

Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.




Samba de Gafieira  
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão. Um dos principais aspectos observados no estilo “samba de gafieira” é a atitude do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a situações surpresa, elegância e ritmo. Na hora da dança, o homem conduz a sua dama, e nunca o contrário.




Bossa Nova

Cansados da fossa do samba-canção, alguns compositores decidiram fazer músicas sobre temas mais leves no final dos anos 50. Nascia a bossa nova. Mestres como Tom Jobim e João Gilberto faziam um samba bem diferente, com grande influência do jazz. Com construções musicais mais "complexas", a bossa nova tem o chamado "violão gago", tocado num ritmo diferente do da voz e dos outros instrumentos. O assunto preferido eram as belezas da vida, da praia às mulheres, é claro!




Sambalanço

Samba de Balanço surgiu no início da década de 1960 em boates de São Paulo e do Rio de Janeiro. É considerado um sub-produto da Bossa Nova, um estilo intermediário entre o samba tradicional e a Bossa Nova, é caracterizado pelo deslocamento da acentuação rítmica e recebeu uma grande influência do Jazz que mistura também elementos de outros estilos. Foi muito difundido nos bailes suburbanos nas décadas de 60 a 80. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor.





Pagode


O pagode que hoje faz sucesso pintou como estilo de samba na década de 1980, no Rio, com cantores como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Nos anos 90, em São Paulo, ficou mais "comercial" - com direito até a coreografia dos músicos - e explodiu nas rádios. O pagode dos anos 80 era muito influenciado pelo partido-alto. Já na década seguinte passou a ter uma pegada mais lenta e romântica. Nos anos 80, o principal era a vida na comunidade; nos 90, as letras românticas.




                                          




                          
Instrumentos 
"AVÔ" DO RECO-RECO

   
                                                    
Além de batuques na palma das mãos, os escravos batiam um garfo num prato, obtendo um som semelhante ao do reco-reco - instrumento que dá força ao samba.
FLAUTA

O samba de breque foi o primeiro estilo a incorporar a flauta como instrumento de samba. Ela ajuda a deixar o ritmo mais orquestrado.
SURDO

O surdo entrou de vez na roda com o partido-alto. Tocado com a mão ou com a baqueta, ele define a pulsação da música. É o "coração do samba".
CUÍCA

Com o som de uma "voz grunhindo", foi uma das novidades das baterias das escolas. A função da cuíca é mais complementar, dando um tempero extra ao samba.
PANDEIRO

Desde a origem do samba o pandeiro estava presente, mas no samba-canção ele ganhou mais importância, marcando o ritmo da música no lugar do surdo.
VIOLÃO

O símbolo da bossa nova foi mesmo o violão -além do banquinho... Usado em quase todos os estilos de samba, é um dos responsáveis pela melodia e harmonia da música.
TECLADO

Nos hits mais modernos, entraram na dança instrumentos eletrônicos, como teclados e sintetizadores - para desgosto dos sambistas mais tradicionais...

TANTÃ

Mais fino que o surdo, também marca o ritmo. Em geral, é tocado com a palma das mãos, sem que os dedos encostem na membrana.
TAMBORIM

Tocado com uma vareta de bambu, não marca necessariamente o ritmo do samba, mas traz um som agudo para o batuque.
CAVAQUINHO

Tem papel semelhante ao do tamborim: deixa o som mais agudo. Mas faz isso na melodia do samba e não na batida rítmica. 

CHOCALHO



é o nome genérico para vários instrumentos musicais, mais precisamente idiofones de agitamento, que consistem num recipiente oco que contém pequenos objetos no seu interior. Entre os instrumentos que se podem considerar como chocalhos, temos o chocalho propriamente dito, as maracas, o ganzá, o caxixi, o xique-xique etc. . O som é produzido agitando o instrumento, de modo que os objectos no seu interior se choquem com as paredes internas. É muito usado no samba e na bossa nova e em festas populares brasileiras, como o carnaval brasileiro. A partir da década de 1950, começou a ser muito difundido em conjuntos musicais.


ATABAQUE


Atabaque (ou Tabaque) é um instrumento musical de percussão. É tocado com as mãos, com duas baquetas, ou por vezes com uma mão e uma baqueta, dependendo do ritmo e do tambor que está sendo tocado. Pode ser usado em kits de percussão em ritmos brasileiros, tais como o samba e o axé music.



BERIMBAU


Este instrumento foi trazido pelos escravos angolanos para o Brasil, onde é utilizado para acompanhar uma dança/luta acrobática chamada capoeira, é um instrumento de corda de origem angolana[1], também conhecido como berimbau de peito em Portugal ou como hungu em Angola[1] e em grande parte do continente africano e no Brasil  urucungo, urucurgo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, ricungo, berimbau metalizado, gobo, marimbau, bucumbumba,bucumbunga, gunga, macungo, matungo, mutungo, aricongo, arco musical e rucumbo.




      2 de Dezembro dia Nacional do Samba                                                                                  





























                                                 

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